Errar e voltar atrás é uma via menos dolorosa daquela que limita a ação e alimenta o sentimento oco do remorso da não tentativa, da não aventura, do não prazer. Entregar-se ao desconhecido não é um erro. É uma aposta que tem dois resultados óbvios, mas que não são limitados. Ampliam-se em uma gama de vias, não declaradas, mas totalmente possíveis, onde tudo dependerá de quanto é o seu lance inicial e de quanto você está disposto a ceder para que se tenha um bom resultado no final.
"Somos castigados por nossas renúncias. Cada impulso que tentamos aniquilar germina em nossa mente e nos envenena. Pecando, o corpo se liberta do seu pecado, porque a ação é um meio de purificação. Nada resta então a não ser a lembrança de um prazer ou a volúpia de um remorso. O único meio de livrar-se de uma tentação é ceder a ela. Se lhe resistirmos, as nossas almas ficarão doentes, desejando coisas que se proibiram a si mesmas, e, além disso, sentirão desejo por aquilo que umas leis monstruosas fizeram monstruoso e ilegal." (Oscar Wilde)