domingo, setembro 11, 2011

Noite de Abril

(Sophia de Mello Breyner Andresen)

Hoje, noite de Abril, sem lua,
A minha rua
É outra rua.

Talvez por ser mais que nenhuma escura
E bailar o vento leste
A noite de hoje veste
As coisas conhecidas de aventura.

Uma rua nova destruiu a rua do costume.
Como se sempre nela houvesse este perfume
De vento leste e Primavera,
A sombra dos muros espera
Alguém que ela conhece.

E às vezes, o silêncio estremece
Como se fosse a hora de passar alguém
Que só hoje não vem.


3 comentários:

  1. Gostei, achei bem intenso!

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  2. Nossa alguém que aprecia Sophia. Achei super digno. Amo esse poema. Meu professor falava muito nela. Poesia Portuguesa é realmente um mar de pérolas em forma de palavras.

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  3. muito lindo esse poema gostei

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Criar não é imaginação, é correr o grande risco de se ter a realidade. Entender é uma criação, meu único modo. Clarice Lispector.

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