De Ulisses para Lóri...
"...uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar, Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora de minha própria vida. Foi apesar de que parei na rua e fiquei olhando para você enquanto você esperava um táxi. E desde logo desejando você, esse teu corpo que nem sequer é bonito, mas é o corpo que eu quero. Mas quero inteira, com a alma também. Por isso, não faz mal que você não venha, esperarei quanto tempo for preciso." (Clarice Lispector, Uma aprendizagem ou O Livro dos Prazeres.)
Quando começamos a nos encontrar e a entender nossa dinâmica nesta vida, que passa a cada instante, sem qualquer preocupação, nos deixamos levar pelos atos e emoções de nosso cotidiano. Muitas vezes paramos diante de um espelho de vaidades e nos limitamos para não deixar passar ou transparecer nossa essência. A angústia do dizer Não as vezes é mais forte e nos entregamos a necessidade dos outros que não a nossa. Talvez não sejamos apenas um, talvez sejamos um coletivo e este sempre será a tônica da minha vida. Percebo a cada instante que antes de buscar no outro a minha metade, tenho que estar completo para que minha essência, o meu verdadeiro Eu, se misture com a essência daquele que, também completo, possa mostrar em diversas interações a congruência para uma nova proposta, um novo rumo, uma forma nova de ver a vida e caminhar junto, que a sociedade encara apenas como "relacionamento".
Adoro Clarice!
ResponderExcluirApesar de, ser uma descoberta recente, estou apaixonado por ela.
Sempre entrei nos meus relacionamentos pela metade! a outra era reservada para a adaptação ao parceiro. Percebi a duras penas que estarmos por inteiro na relação é o que define o sucesso da mesma. Quando se entra pela metade, acabamos perdendo um pouco da identidade e aí com certeza somos sufocados.
Felizmente aprendemos com os erros.