domingo, janeiro 16, 2011

Hipnose Criativa de Janelle Monàe

Estão todos convidados a voltar seus olhos para um futuro forjado no passado. Referências explícitas de seus conceitos visuais, temáticos e criativos são projetadas nos telões. Metrópolis de Fritz Lang tem trechos apresentados após o primeiro impacto visual e musical da noite: Janelle, tal qual na capa de seu álbum - The Archandroid, explica onde estamos, saudando a todos como andróides, e nos posicionando em seu imaginário futurista retrô. Os sentimentos de Cindi Mayweather - the alpha platinum 900 - a persona andróide, encarnada por Janelle, são humanos demais e constituem um crime naquela sociedade futurista, uma afronta. Convidados estivemos para embarcar em sua imaginação e ficamos hipnotizados por seu show em São Paulo no Summer Soul Festival.

Aqui vai o convite a você embarcar nesta jornada musical:

Janelle Monàe at São Paulo - Welcome Androids

 A qualidade não está lá grande coisa, mas dá para se ter noção de como foi enlouquecedora sua passagem pelo Brasil! Depois da apoteótica abertura, Dance or Die. Janelle apresenta no telão diversos rostos com pintura étnica e sai debaixo de uma capa preta que estava escondida de costas e inicia sua jornada musical pela soul e black music com links diretos a James Brown, Michael Jackson, Erica Badu e até Lauryn Hill, mas com uma levada mais pop conceitual, contagiando o público e criando um estilo próprio que lhe proporciona encabeçar a lista das novidades mais originais de 2010 e promessa para ser uma das grandes "super-novas" do que ouviremos por ai.

Janelle Monàe at São Paulo - Dance or Die

Não bastasse seu ritmo elétrico perfeitamente explorado em dança, coreografia e performances teatrais (Janelle chega "pintar" um quadro durante a apresentação) ela ainda demonstra claramente sua potencialidade vocal e deixa o público emocionado com a interpretação de Smile, composta por Charles Chaplin para o filme "Tempos Modernos" - que se encaixa perfeitamente no contexto de seu conceito.

Janelle Monàe at São Paulo - Smile

Smile, though your heart is aching
Smile, even though it's breaking
When there are clouds in the sky
You'll get by...

É praticamente impossível ficar imune a sua vitalidade contagiante em cena. Se o público presente não conhecia Janelle Monàe, saiu de lá com vontade de mais, muito mais. A energia não se esgota no mundo visionário desta "super-nova" do cenário musical e artístico. Quando você acha que ela se esgota em vídeos "retrô-futurista" ela lança uma "guerra" em cena - as batalhas de "Guerra nas Estrelas" são projetadas - o que hoje em dia não deixa de ser retrô também - enquanto ela faz de seu hit "Cold War" uma brincadeira de cantar, nem parece que existe um esforço vocal de tamanha naturalidade no palco. 

Janelle Monàe at São Paulo - Cold War

Todo o vigor de Janelle extrapola a cena aberta do palco e cai na platéia que, hipnotizada por performance, não resiste mais e se sacode toda com a vibrante canção - Tightrope - que a projetou nos EUA meteoricamente para a fama, com sua apresentação no programa do David Letterman. Não existem mais chances dos Andróides - todos nós - não demonstrarmos sentimentos humanos. Somos e seremos todos vítimas de uma contagiante era da mais nova Diva topetuda que, muito além de sua persona Cindi, deve caminhar para todo o canto do planeta com sua New-Soul-Pop-Black music. Sua criação ainda não não tem parametros. É única!


Janelle Monàe at São Paulo - Tightrope


Que uma outra "donna" se inspire e conspire com Janelle para uma parceria em seus novos trabalhos musicais. Será por princípio sensacional! E eufórico, na mesma proporção que o Show de Janelle foi, eu termino este relato de alma lavada por estar lá presente em 15 de janeiro de 2011.


Marcelo Poloni 

3 comentários:

  1. Amy, já já eu escrevo algo. Já postei 2 vídeos que gravei no youtube no meu canal. Depois escrevo aqui, mas.... deixa pra lá..

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  2. Eu a vi aqui em Austin ha alguns anos atras, antes dela fazer sucesso.

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Criar não é imaginação, é correr o grande risco de se ter a realidade. Entender é uma criação, meu único modo. Clarice Lispector.

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