terça-feira, junho 14, 2011

Cartas Lusas Melodias

"Quando já não havia outra tinta no mundo o poeta usou do seu próprio sangue. Não dispondo de papel, ele escreveu no próprio corpo. Assim, nasceu a voz, o rio em si mesmo ancorado. Como o sangue: sem voz nem nascente." (Mia Couto)
Você se arriscaria tudo por um romance baseado nas ondas da internet? Você largaria sua vida feita em um país da Europa para começar tudo de novo no Brasil? Esta pergunta é preconceituosa na suposição implícita de inferioridade em relação ao que achamos de nosso país?  Sim, mas quem enxerga o mundo com olhos estrangeiros talvez não veja da mesma forma, especialmente quando o motivo de sua ousadia seja a cativante alegria de viver expressa pelo frescor das palavras rápidas, justas e dignas, radicadas em Recife.

Encontraram-se nesta praia virtual de tantos “blogs” 508 anos após Cabral "ter encontrado" seu porto seguro em terras tropicais. Fizeram da troca de suas palavras, confidências de amor. Pouco tempo depois, aquele mesmo mar, que separava Camões daquela colônia ao sul, foi vencido pela lusa vontade de namorar o novo continente em verbos sentimentos. Manuel largou tudo e veio para o Brasil com uma bagagem de sonhos conjuntos com Sérgio e, desde então, nunca mais dormiram separados. Encontro bem sintonizado.

Hoje fazem do convívio diário uma experiência de troca e aprendizado. Sérgio foi atraído pelo ar mistério e pelo olhar instigante, que pedia carinho, estampados naquelas fotos trocadas. Sua grande afinidade, motivo de seu encontro: Escrever. Seja na internet, no blog, nos cadernos e agendas, em toda "carta" de Manuel, uma música especial para Sérgio lembrar-se de palavras em melodias. Sons do coração.

A maior cumplicidade que desfrutam foi a de sempre poder falar sobre tudo, sem medo ou restrições, mesmo que isso implique em discussões, sempre, passageiras. “A dificuldade de viver junto é normal, faz parte. A gente se esbarra, toma o espaço do outro, mas é fazer com que isto seja prazeroso no final das contas” que move a vontade de estarem sempre juntos.

Enquanto Sérgio é extrovertido e sempre atento aos movimentos da vida, Manuel é centrado, sério e mantém seu ar de mistério. É um caso onde os opostos se atraíram e estão num bom caminho para longos e ternos anos de amor, respeito e dedicação. Coragem, de se entregar ao risco que é viver junto e intensamente seus sentimentos, é o que não falta ao casal. Definitivamente!

Marcelo [Ciello] Poloni

ps.:  O casal me deve agora sua receita de “Ovos de Tomatada” que ficarei devendo por estas crônicas gulosas, digo, líricas.

  Oxala!-Madredeus by troubledmind


10 comentários:

  1. Lindo! Quem sabe não façamos isso um dia também. bjo

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  2. Só quem teve um (ou vários) amores, pessoas queridas, ou a si próprio tão distante de si e dos que realmente importam na vida.
    Mas este, em especial, foi um que deu certo, exemplo para quem ainda espera encontrar o que é seu, seja perto ou longe.
    Felicidade longa ao casal.

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  3. parabéns ao Serginho pela estória dele...
    parabéns a todos q merecem suas crônicas

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  4. eu como aposto sempre no amor, não importa se real, virtual, platônico...o amor sempre.... eu apostaria nesse amor pela internet. E quem a possibilidade de um dia se concretizar, de virar real, e de acabar também como todo amor. Menos o amor incondicional. Esse é eterno.

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  5. E as diferenças entre eles, que dá o tempero ao amor.
    Felicidades a ambos e a você.
    Bjão

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  6. Estes dois de há muito trafegam na vida com a minha amizade ... adoro os dois ... são gente pra caralho ...

    Parabéns aos queridos Sérgio e Manoel e bjão ao Poloni ...

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  7. Muito legal a história...quanto a abandonar tudo e ir embora viver uma coisa nova, depende no meu caso não só de vontade, mas de algumas coisas a mais, talvez eu seja um pouco medroso quanto a isso...sei lá, mas admiro quem o faz !
    Ainda bem já vivo bem pertinho...
    Muitas felicidades aos dois !!
    Há muito não ouvia essa musica...super !
    Abraço !

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  8. Estou de volta, linda 'crônica' -, apesar de enxergar o mundo com olhos estrangeiros ... rs.

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  9. que bela estória!

    e eu te devendo a nossa aqui mas ando correndo atrás de emprego....ainda sai...

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  10. e eu aqui com os olhos marejados lendo nossa história...
    obrigado meu amigo e obrigado a todos pelas gentis palavras

    beijos, beijos, beijos

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Criar não é imaginação, é correr o grande risco de se ter a realidade. Entender é uma criação, meu único modo. Clarice Lispector.

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