sábado, setembro 18, 2010

E ele estava sendo...

A Medusa
"Escolher a própria máscara era o primeiro gesto voluntário humano. E solitário. Mas quando enfim se afivelava a máscara daquilo que se escolhera para representar-se e representar o mundo, o corpo ganhava uma nova firmeza, a cabeça podia às vezes se manter altiva como a de quem superou um obstáculo: a pessoa era." (Clarice Lispector, Uma aprendizagem ou o Livro dos Prazeres).


Embrenhado nas vertigens de Clarice Lispector é que descubro a cada dia este “Eu” que me devora internamente e que corrói, com certa angústia, vontades e desejos. Existe o medo paradoxal de exteriorizá-lo, e perder-se nesta vastidão interminável de sentimentos de minha alma, ou ao que posto para fora, devorar docilmente o mundo que me cerca na construção da verdadeira identidade, sem máscaras e sem medo.

Ciello Poloni

Um comentário:

  1. Clarisse faz isto com a gente né! Você sabe que infelizmente a conheci recente, e ainda não consigo entender o porque não a havia incluido nas minhas leituras. A partir de sua Biografia que cresceu meu interesse por sua obra, e estou "sorvendo" aos poucos. Adoro a sensibilidade da escrita.

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Criar não é imaginação, é correr o grande risco de se ter a realidade. Entender é uma criação, meu único modo. Clarice Lispector.

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