terça-feira, agosto 16, 2011

Humanos Árvores

Limitadas essências, 
Restritas adaptações…

Gosto de olhar árvores, seus galhos, sua extensão e sua configuração no espaço vazio, no tempo que as folhas caem ou quando rodeados de verde, ou rosa, ou amarelo, ou qualquer outra cor, como nos ipês, por exemplo, que perdem sua folhagem para ganhar apenas suas flores.

Algum mistério me faz pensar na possibilidade de se expandir, de ampliar ramificações de nossa própria vida para além dos limites da gravidade ou da própria capacidade de pensar. Algo semelhante ao apenas "sentir", seja o vento, o sol ou a chuva.

Nossa vantagem é poder ir e vir e sentir diferentes condições, ambientes. A mobilidade negada às árvores limita seu espaço no mundo. A liberdade, de locomoção, condicionada ao homem pode lhe ser vantajosa, mas traz um desafio tão grande quanto uma sequóia: é preciso adpatar-se muito mais rápido ao ambiente.

Alguns humanos simplesmente estacionam no mundo como as árvores e não apenas em questões geográficas. Seus sentidos condicionam-se ao óbvio, ao limitado espaço que frequentam e não conseguem enxergar um palmo a frente de sua medíocre existência. Se ao menos pudessem embelezar o ambiente com flores, cores e odores, mas nem isso conseguem.

Daqueles que assim são por vontade própria, tenho pena. Confesso que nem todo altruísmo, que por ventura seja eu capaz de desenvolver, conseguiria me fazer acreditar em sua redenção. Que fiquem eternamente plantados no meio de um nada de sua existência.

Mas alguns assim o são involuntariamente, por razões sociais, econômicas, psicológicas ou familiares. Para estes tento ajudar e, vez por outra, consigo dentro das minhas possibilidades, ao menos o florecer de alguma novidade em seus galhos.

Aos poucos, com a beleza de uma flor, de uma estação, da novidade que cativa, conseguem tirar suas raízes do solo e alcançam novos campos, por conta própria, experimentando o erro e o acerto, ou seja, a vida, que antes lhes era negada em sua plenitude humana.

Destes tenho orgulho de sua vontade e dedicação.


Marcelo [Ciello] Poloni

quarta-feira, agosto 10, 2011

Sempre perto, mesmo distante


Não existem imprevistos que não sucumbam a grande arte de amar e ser amado. Não existem problemas que não possam ser resolvidos, atenuados e dissipados na poeira do tempo, que pode ser longo e que pode provocar grande saudade. Se assim o faz é porque o sentimento que nos mantém é verdadeiro e integro, na completude de eu com você em felicidade e carinho.

Questão de mais algumas areias a escorrer na ampulheta do tempo para te ver e reencontrar teus sentidos, sentimentos sinceros! Mesmo que não seja neste, no outro ou no seguinte tempo, de dias, semanas ou finais de semana, será o mais rápido que pudermos ter e será eterno enquanto juntos, mesmo que distantes, pois tenha certeza, no mais profundo coração, reside o amor que te encontro por hoje e sempre.

Morrendo de saudade de ti, 

Marcelo [ciello] Poloni

terça-feira, agosto 09, 2011

Da Dor ao Prazer,

Uma nova fonte para beber alegria.

Meus talentos são apenas meros pretextos para disfarçar minha total falta de jeito com as pessoas. Meus talentos eram potencializados quando mal me provocavam, voluntária ou involuntariamente, em momentos de depressão e tristeza. Traduzia a angústia que me afetava em atos de libertação, ou de redenção, de todos os pecados.

Descobri por este tempo que não apenas produzo o paraíso com a dor, mas com a alegria também. Encontrei em um campo de tantas flores conexões, de tantas outras almas que vagam sem rumo, um som que me seduz como marinheiro entregue às ninfas oceânicas, sereias que provocam um borbulhar incessante de novas sensações.

Da dor ao prazer, um constante terremoto provoca a ruptura do passado e lança-me na mais incrível das aventuras. A máxima arte de meus versos, prosas, rimas, imagens e sentimentos surge agora de um olhar, de um sorriso magnético, da alegria de sentir a vida florescer em amor, carinho e cumplicidade. Talvez a saudade seja uma uma constante inicial mas será saciada e traduzida verbos conjugados entre Eu e Você, juntos: O Nós, e isto basta!

Marcelo [ciello] Poloni


Secret Garden by madonnatrax

sexta-feira, agosto 05, 2011

Na natureza do meu Eu, encontrar-te-ei!

Estava perdido. Fui ao encontro da minha essência primitiva e deixei-me levar pelo encanto da sua natureza. Ao redor de meu mundo, entre meus trópicos, caminhei por árvores de imensas copas e densas folhagens que, ao seu redor, deixavam brotar apenas pequenas e míseras flores que sequer possuíam vida própria, ficavam a merce da vontade dos ventos e do pouco que enxergavam da luz que chegava até o solo. Observei algumas belas plantas que se nutriam da árvore em seu caule grosso como parasitas que chegam despercebidos e provocam coceiras pelo corpo de um animal sem trato. Não produziam nada, não sabiam sobreviver sem se apoiar ou fazer sua história. Eram tão míseras como as que ficavam no solo rastejando por entre raízes retorcidas que sustentavam seu peso.

Fui além e fugi para outro continente de meu passado. Senti o calor escaldante de areias soltas ao vento. Formavam grandes montanhas de um nada de profundo tom alaranjado. Escondiam cidades perdidas, civilizações passadas. Todo o mistério poderia ser ali revelado mas sob um sol sem limites, minha visão perdia-se na necessidade de sobreviver. Soubera que ali um dia foi uma grande e densa floresta que subumbiu por não saber de adaptar as intempéries do tempo. Sabia que não resistiria muito se ali ficasse contemplando o "nada" como fonte de um "nada" ainda maior. Meu deserto da alma escorreu ligeiro por entre os dedos levando-me para outro canto de uma vida que só eu entenderia.


Segui ao redor de minha vida terreste e encontrei um espaço mais amplo com luz radiante sobre arbustos menores. Não tinham pretensão de se tornarem gigantes, não tinham parasitas, não faziam sombra para as demais plantas ao seu redor. Formavam um conjunto composto de várias cores, diferentes tons e intensidades. Balançavam com o vento mas sabiam seu lugar. Suas flores, como reflexo da luz, eram de uma vivacidade cativante. Me senti livre para ir e vir, caminhando tranquilo por entre suas formas. Um rio de águas doces e cristalinas completava meu olhar nos reflexos de um sol maior.

Sentei e observei uma outra essência que ali se encontrava. Senti que havia vida. Senti que precisava me aproximar. Vontade recíproca, trocada, revelada em sentimentos, desejos e naturezas. Primitivas essências hoje se misturam, se entrelaçam e produzem flores de sensações verdadeiras. Perdido estava em locais inóspitos, estéreis de futuros frutos imaginados, sem sementes, sem esperança. Hoje sinto-me tranquilo e gradativamente amplio minhas raízes neste terreno de grandes emoções que faço no dia-a-dia de te querer mais, sempre melhor, sempre você, original e único, pois foi assim que me apaixonei, ao ver o doce campo das flores do teu olhar.


E assim, Na natureza do meu Eu, te encontrei.

Marcelo [Ciello] Poloni
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...