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quarta-feira, agosto 10, 2011

Sempre perto, mesmo distante


Não existem imprevistos que não sucumbam a grande arte de amar e ser amado. Não existem problemas que não possam ser resolvidos, atenuados e dissipados na poeira do tempo, que pode ser longo e que pode provocar grande saudade. Se assim o faz é porque o sentimento que nos mantém é verdadeiro e integro, na completude de eu com você em felicidade e carinho.

Questão de mais algumas areias a escorrer na ampulheta do tempo para te ver e reencontrar teus sentidos, sentimentos sinceros! Mesmo que não seja neste, no outro ou no seguinte tempo, de dias, semanas ou finais de semana, será o mais rápido que pudermos ter e será eterno enquanto juntos, mesmo que distantes, pois tenha certeza, no mais profundo coração, reside o amor que te encontro por hoje e sempre.

Morrendo de saudade de ti, 

Marcelo [ciello] Poloni

quarta-feira, junho 22, 2011

Vento Leste, entre o deserto e o oásis imaginário

Ele não era apenas um leitor que consumia livros para fazer um resumo sistemático e pré-programado de conteúdo. Tampouco o fazia para dizer ao "mundo" que era culto com sua capacidade de fruição. Buscava a essência, a razão e seus desdobramentos, épicos ou não, de leitura.

Clarice Lispector trouxera-lhe intensa divagação sobre a vida, para perceber as relações e sentimentos na observação do mundo e das pessoas a sua volta, unindo-o significativamente a outras pessoas e a uma delas em especial, o "Vento Leste". Foi através dele que se aprofundava em descobrir um coração. Verde fruto proibido da árvore da vida que sua mão não conseguiu colher naquele tempo.

Um grande mistério ainda pairava entre eles. Nas muitas conversas e encontros, regados a intensas trocas, sempre foi sensível que a amizade, beijos e carinhos pareciam não ser recentes. Sempre foi perceptível uma misteriosa sensação de que se conheciam há séculos. Conheceriam ainda, e intimamente, sentimentos, entre alegrias, expectativas e frustrações.

Por um tempo que ele achou que aquele vento, de natureza divina, que habitava seu pensamento, quisesse ir além. E quis. E foi! Mas recuou sem explicação palpável. Ele, mesmo doído pela negação da tentativa de se construir um caminho, que não saberia onde o levaria e tampouco o importava, não quis perder a companhia do vento e recuou em suas expectativas, que até então, antes da lufada crucial daquelas palavras soltas, era apenas brisa sonhadora de tardes de domingo.

Já era tarde àquela altura. Ele foi levado pelo Vento Leste que arrebentou todas as janelas e proteções. Não conseguia mais sentí-lo como a brisa de uma amizade, mas mesmo assim tentou segurar-se em terra, lançado a espera de um posicionamento e, em meio a rajadas fortes, que trouxerem intensas chuvas a seus olhos, foi de peito aberto ao outros encontros. 

Soubera, de antemão, que a turbulência daquele vendaval não seria fácil de lidar mas, como poucos, sobreviveu em seu convívio, em seu carinho e em suas recordações. Sempre que ventava no seu caminho à leste, perdidos carinhos e afeições típicos de um bem querer maior. Sua própria inconstância e falta de rumo? De fato já havia um outro caminho por onde o Vento queria seguir. Ele já sabia disso, mas seu coração, sempre carinhoso e apaixonado, não. 

Chegaram aquele domingo derradeiro de suas frustrações cotidianas e afetivas. Insensível e sem a menor humanidade, e tal qual fúria da natureza, o Vento Leste não soube responder ao telefone, naquele começo de noite, com um "não posso hoje, estou acompanhado", para preservar um mínimo de dignidade. Levou-os, em minutos, da mais alta felicidade de uma tarde bem vivida, ao mais baixo nível da humilhação.

Ele saiu às pressas daquela tarde carinhosa de sol de outono para que o Vento pudesse se entregar ao prazer da efêmera conquista de seis andares acima naquele edifício, mas que não poderia conceder-lhe nada além do proibido de um jardim de ilusões pois, por infortúnio de sua condição de vida, com as "promessas sagradas de amor eterno", era casado a outro ser humano feminino e tinha com sua prole. O vento tinha sua meia-vida, um meio termo afetivo. Para o outro esta condição nunca lhe bastaria, enquanto uno que era.

Expulso, naquele momento crucial de ter que ir embora às pressas, Ele usou de toda a força interior que lhe restava para traduzi-la numa verborreia de verdades que, mesmo não sendo ouvidas ou compreendidas, esperava ter peso absoluto sobre sua consciência, iluminando-o no caminho que quisesse traçar para seu futuro. 

Neste tempo de sonhos, licores e pudins, em meio a afeto, carinho e proximidade, poucas foram as respostas às mais diversas perguntas traçadas. Tal qual esfinge, que finge não se importar, o Vento Leste continuou a fazer seu remoinho de areia no deserto de sua existência que um dia quisera Ele transformar em oásis imaginário.

Ele foi embora deixando um verde coração partido no infinito e talvez venha apenas a sussurrar, na brisa solitária do oceano que, mesmo assim, compreendera o porque das fortes rajadas daquele vento, que o entedia também, por causa de suas íntimas e únicas passionalidades, em personalidades que talvez somente Clarice, possa traduzir em verbos e predicados, sujeitos que eram a ação contínua do tempo. 

Marcelo [Ciello] Poloni

Saudade,
O carinho é como o vento
que não pode ser visto
mas sempre ao senti-lo
saberá que está lá
No leste




domingo, abril 10, 2011

I Still Haven't Found...

Emocionante.



But I still haven't found
What I'm looking for
But I still haven't found
What I'm looking for




domingo, fevereiro 27, 2011

Perto do Fogo

Os caminhos que nos levam ao futuro não são simples de se seguir. Daqueles que já passei tenho muitas feridas e muitas recordações maravilhosas. Não devo julgar as pessoas pelos seus atos, presentes ou passados, apenas tenho minhas idéias e ideais do que quero para mim e não desejo menos para os outros, desde que eles acreditem em si e naquilo que dizem.

Sou muito passional e tenho dentro de mim uma certa bondade de Amelie Poulain que tanto cito por aqui. Se catalogar meu extrato de vida, ajudei muito, ouvi muito, senti muito a dor e a alegria dos outros. Sempre tento fazer com que as coisas funcionem com justiça e felicidade.

Percebo que tenho um princípio de doação ao outro. Me entrego e me abro com a maior facilidade. Da mesma forma volto a cena do filme que questiona através da análise de um quadro o essencial: Amelie diz: "Hummm, pelo contrário. Talvez faça de tudo para arrumar a vida dos outros." Pintor: "E ela? E as suas desordens? Quem vai pôr em ordem?" Acredito que Amelie terá um final feliz mas antes terá que acreditar em si mesma e não deixar que veja da janela de sua casa a vida passar pelos seus olhos.

Já passaram muitos sentimentos por este meu filme pessoal. Entreguei-me a tantos outros. Sai de uma cidade do interior, da casa e do conforto de duas mães, para morar sozinho em São Paulo. Perdi mais de 40kg e reorganizei minha estima própria. Perdi meu amigo de infância por causa da Aids e ganhei uma estrela no céu a me olhar. Encontrei casos, ficantes, paixões e amores. Mantive um relacionamento por alguns anos, sofri com a sua bipolaridade, mas acreditei. Hoje existe um carinho especial apenas.

Fui ao céu e realizei alguns sonhos no Egito e na Turquia, além de grandes realizações pessoais bem próximas: lembro-me até hoje do meu choro menino ao ver pela primeira vez os carros alegóricos da minha querida escola de samba Beija-Flor (sim eu gosto, não interpreto como um bunda-lê-lê fútil e desnecessário - logo mais explicarei).

Estou perto do fogo, me queimo por dentro e, racionalmente, deveria repelir a chama. Não tenho certeza de nada e tampouco saberei pelo tempo que passar. Vou vivendo. Minha anestesia de carnaval se aproxima para abrandar o sentimento. Sou esfinge, sou humano. Sou pergunta e sou resposta. Sou a luta dos que acreditam que ainda existe um olhar de Vênus para ser alcançado em completeza, tanto a minha quanto a dele.

Ao chegar até aqui parece que definho em palavras uma sensação de desilusão pela vida e pelo amor. Não é bem assim. Por acreditar que existe uma revolução em mim, sei que há muito mais em minhas veias. Minha doação, minha passionalidade, meu sentimento, meu bem querer e tudo mais que se interpreta nitidamente por minha sede de encantamento, brilhará eternamente em meus olhos de sonhador.

Marcelo Poloni

autor desconhecido:

"Meu coração e a realidade ainda não falam a mesma língua, mas ainda assim se entendem em uma vontade de concretizar desejos de amor. Então, para amar, só me resta o tentar. Passam tantas pessoas em minha vida e algumas delas me perdem. Porém, não, eu não quero que ninguém perceba mais tarde que me perdeu. Quero que alguém perceba bem cedo que me encontrou."

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