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quarta-feira, maio 11, 2011

O caminho das pedras brancas


 O encanto que alguns lugares promovem e estimulam nosso desejo de conhecê-los pessoalmente pode ser adquirido de diversas maneiras: jornais, revistas, filmes e livros, entre outros.  Entretanto, como considerar uma viagem para uma cidade onde existe um desgoto muito grande pelo poder e corrupção que emana dos representantes que nós mesmos escolhemos por voto popular? Sim, fui a Brasília. Aceitei o convite, já feito inúmeras vezes, do meu amigo Chris.

Depois de muita relutância segui adiante pelo caminho daqueles muitos que lá chegaram quando da sua construção e fundação por JK. Sua história, e suas lendas, já foram até retratadas em exposições e desfiles de escolas de samba mas, o grande valor que busquei nesta visita, desprovido do asco típico ligado à política, foi o encontro com a forma e a arquitetura de uma cidade projetada para ser a capital nacional.

Descobri que o reflexo dos raios solares sobre a cidade e, principalmente, sobre as grandes obras arquitetônicas de Niemayer, no plano urbanístico de Lúcio Costa, provome um paradoxo muito grande de sensações.

Existe uma beleza geométrica de ângulos, dos mais variados, entre sinuosidades orgânicas realizadas com concreto pintado de branco. O sol contribui muito para deixar os olhos vibrantes nesta mistura entre as "grandes pedras brancas" e o céu, de um azul cintilante, ora bordado de nuvens claras.

Ao mesmo tempo, a aridez de um chão desprovido de verde traz hoje, muito além daqueles sentimentos futuristas-funcionais das décadas de 1950 a 1970, um desconforto sensível ao corpo. (esta sensação está gritante no entorno da Biblioteca e do Museu Nacional). Sinto o mesmo ao caminhar pelo Memorial da América Latina em São Paulo. Talvez o clima prejudique ainda mais nesta questão.

O vazio, caracterizado pelo chão de concreto no entorno das edificações, pode ser justificado pela necessidade de espaço para a sua completa admiração, entendimento artístico e arquitetonico global.

A projeção da obra e sua magnitude no ambiente seria tolida por um conjunto natural e orgânico, não restrito a gramados, em sua concepção urbana? Acredito que não, vide o parque do Ibirapuera em São Paulo. Independente de problemas desta natureza, existe sim, um valor artístico imenso agregado a este conjunto único de formas espalhado pela capital do país.

Muito além da dança mágica entre as formas erguidas do chão e o céu, de azul intenso ou bordado de nuvens em formas diversas - existe um segundo ato no bailar da impressões visuais: o mosaico de cores, um caleidoscópio de luz, através dos vitrais e no interior de alguns lugares como a Catedral de Brasília e a Igreja de Dom Bosco.

A simplicidade do conjunto é recortada pela intensidade dos raios luminosos projetados em cores e brilhos espalhados pelo ambiente e projetados para a eternidade como símbolo do encontro do homem com uma força maior, o que a maioria chama de Deus, mas eu prefiro chamar de: "um pensamento bom" que me acompanha enquanto índole, caráter e simplicidade de sentimentos pelo próximo.

Há também que se considerar o que não seria obvio de acontecer e ver: encontrei minha tribo e não foi no Memorial dos Povos Indígenas mas num festival se sorrisos que viaja no campo da alegria com um furgão que parece saído de um filme sobre a era de aquário. E lá estava eu no festival de palhaços e palhaçadas do Sesc.

Vale contar também que eu costumo perseguir exposições de arte. Perdi a exposição sobre o Islã no Rio, deixei de vê-la em São Paulo mas encontrei o caminho do oriente no CCBB de Brasília.

Também tive a grata surpresa de encontrar a exposição sobre o centenário de Margareth Mee, enredo da escola de samba Beija-Flor, em 1994, com suas aquarelas sobre a flora brasileira cuja suavidade nas pinceladas é quase divina.

E para finalizar um jantar filosófico entre vinho e sincretismo religioso para a descoberta de novas possibilidades para quem assim as deseja com a intensidade de um momento único, tal qual um por-do-sol que não repetirá seu jeito de ser no dia seguinte.

Ainda voltarei por este caminho das pedras brancas...

Marcelo Poloni

* Itamaraty, em tupi, siginifica Pedra Branca.

* Existem outras tantas fotos mas fica inviável de colocá-las aqui. e por isso mesmo convido-os a visitar meu [ÁLBUM] no  picasa.

sábado, abril 30, 2011

Corpo Negro em Brilho de Diamante


Lá do alto encontro o meu fascínio pelas mágicas luzes de um palco imenso. Descobri que gosto muito de observar do alto a geografia silênciosa das grandes jóias urbanas; metrópoles como São Paulo, muito além de seus problemas cotidianos e mazelas sociais.

Em vôo noturno sempre tenho uma sensação de tranquilidade diante das cores amarelo, laranja e vermelho de suas grandes avenidas, rotas de tantas vidas que, através de tantos caminhos, seguem como sangue vital por veias urbanas cintilantes. A cidade tal qual um organismo vivo. Pulsante.


Sim, parece e é clichè a moda de quem, mesmo indo e vindo diversas vezes nestas rotas aéreas, sempre se coloca na janela do avião para analisar algum contorno diferente de seus meandros vibrantes em luzes que mais parecem brilhos e reflexos de um grande colar de diamantes espalhados pelo corpo negro de sua noite.

Sempre existe uma emoção diferente quando da partida e quando da chegada. A esperança e a ansiedade na partida é diretamente proporcional ao conforto da volta e o reencontro daquele cantinho de mundo que é só seu onde se reina como soberano de suas vontades.

Sim, voltei pra casa. Logo mais embarco de novo, mas volto e a sensação será a mesma. Aposto.

Marcelo Poloni

segunda-feira, março 21, 2011

Blinding Lights


Eles estão a caminho! Muito em breve estarei lá no estádio fazendo coro para Muse + U2. Algumas músicas marcaram o tempo que passou e outras tantas ainda tem espaço para nosso dia-a-dia nesta loucura da megalópole paulistana, em perfeita sintonia com City of Blinding Lights que, hoje, marca a estréia da contagem regressiva para o show.




São Paulo


De todos os sentidos, De todas as realizações. De todos nós.






Desde que aqui cheguei transformações profundas aconteceram. Deixei o garoto mimado na lembrança da mãe que mora no interior. Encontrei amigos de outros tempos e fiz outros tantos que promovem meu coração em alegria.




Encontrei e perdi amores em paixões pelo tempo. De namorados fiz alguns amigos. De alguns amigos fiz alguns namorados. Não quis magoar mas talvez tenha feito sem querer. Fui magoado outras vezes mas perdoei e também fui perdoado.







Da vida conheci o mistério de vários olhares, de várias vênus, de várias tentações. Não sabia, e talvez nunca saiba direito, a lidar muito bem com sentimentos, mas aprendi a lutar por aquilo que acredito e quero. Se venci ou perdi, fez e fará parte do cotidiano de nossa vivência social.




Desabafei e aprendi que preciso fazê-lo quando em angústia e assim descobri com quem posso contar mas também estendi meu ombro, meu colo e meu carinho àqueles queridos de todas as horas que passam por situações difíceis. Conheci o Rio e lá encontrei um porto seguro de amigos que vieram de vários lugares do Brasil. Foi uma verdadeira escola, de samba, de emoção, de carinho e de companheirismo.





Fui para longe realizar alguns sonhos de além-mar e encontrei outras cidades, megalópoles de outras línguas, de outras sensações, de outros temperos, de outras imaginações. Não fui óbvio nas minhas escolhas e resgatei imagens do passado para chegar ao Oriente. Atravessei da Europa para a Ásia e de lá fui a África. Conheci antigas civilizações.




Não me gabo ou ostento, como muitos fazem, pois foi resultado de uma conquista de muitos anos e não apenas uma simples travessia com recursos de fácil ganho. (quer conferir mais? Pra lá vou eu! meu outro blog... parado no tempo passado).








Assim eu vou, tal qual Caetano cantou, sem lenço, sem documento, nada no bolso ou nas mãos. Eu quero seguir vivendo, amor! Eu vou...




Marcelo Poloni






City Of Blinding Lights

[...]


I've seen you walk unafraid


I've seen you in the clothes you made


Can you see the beauty inside of me?


What happened to the beauty I had inside of me?




And I miss you when you're not around


I'm getting ready to leave the ground




Oh you look so beautiful tonight


In the city of blinding lights




Time... time Won't leave me as I am


But time won't take the boy out of this man













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