sábado, abril 30, 2011

Corpo Negro em Brilho de Diamante


Lá do alto encontro o meu fascínio pelas mágicas luzes de um palco imenso. Descobri que gosto muito de observar do alto a geografia silênciosa das grandes jóias urbanas; metrópoles como São Paulo, muito além de seus problemas cotidianos e mazelas sociais.

Em vôo noturno sempre tenho uma sensação de tranquilidade diante das cores amarelo, laranja e vermelho de suas grandes avenidas, rotas de tantas vidas que, através de tantos caminhos, seguem como sangue vital por veias urbanas cintilantes. A cidade tal qual um organismo vivo. Pulsante.


Sim, parece e é clichè a moda de quem, mesmo indo e vindo diversas vezes nestas rotas aéreas, sempre se coloca na janela do avião para analisar algum contorno diferente de seus meandros vibrantes em luzes que mais parecem brilhos e reflexos de um grande colar de diamantes espalhados pelo corpo negro de sua noite.

Sempre existe uma emoção diferente quando da partida e quando da chegada. A esperança e a ansiedade na partida é diretamente proporcional ao conforto da volta e o reencontro daquele cantinho de mundo que é só seu onde se reina como soberano de suas vontades.

Sim, voltei pra casa. Logo mais embarco de novo, mas volto e a sensação será a mesma. Aposto.

Marcelo Poloni

9 comentários:

  1. Você traduziu e palavras aquilo que eu sinto quando viajo e, principalmente, quando retorno. É ótimo voltar, não? :-)

    P.S.: o show foi SUPIMPA!!!!

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  2. esse sentimento de voltar pra casa é inigualável.

    é muitas vezes isso que faz a viagem valer a pena...

    aliás, tô com inveja sua e do Edu. neca de Marcelo Jeneci aqui no Rio. aproveita hj, hein.

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  3. Perfeito Poloni, essa é a sensaçao que tenho em todas as vezes que saio e volto pra eterna casa da gente: a casa dos nossos pais...Sempre tem algo de diferente, mas sempre também parece que nada mudou... ou eu que lá me encontro no meu estado pleno e mais puro... esse eu que as vezes esqueço que tão bem conheço e que só la estando eu sei que realmente sinto falta...Ótimo final de semana

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  4. Olá Ciello
    Fui lendo o texto e imaginando a cena. Infelizmente nunca terei a oportunidade de vislumbrar, enquanto espectador, essa paisagem. Jamais me assento perto da janela em aviões. Voltar é sempre bom.
    Bjão

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  5. Do alto( dal ciello )pode-se ver o todo, mas tambem propicia um afastamento que acalma o coração.Voltar ao lar torna-se sempre belo quando vemos que somos parte desse colar de brilhantes.

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  6. Maravilhoso mesmo, observar de forma silênciosa as bélissimas paisagens. O prazer de esquecer por alguns segundos, TUDO!

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  7. Sabe que queria ter esta sua visão, sempre que volto estou tão cansado que a único insight que consigo ter é a lembrança da minha casa, cama enfim.. E olha que tenho mais uma viagem esta semana.. vou tentar olhar com outros olhos desta vez.

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  8. Pontos de vista.
    De repente se coloca no lugar do sonho de criança.
    O pássaro de ferro nos leva perto do desejo quase impossível.
    E o quase impossível se torna inexplicável quando aquelas mansões se tornam casinhas de playmobil.
    Postes altos que iluminam nossas tão descuidadas calçadas viram velas.
    A imensidão cabe dentro de nosso olhar.
    É quando a gente percebe que sonhos existem para se tornarem realidade.
    Ainda que tenha a duração de um voo.
    Nestas horas, nos permitimos voltar a ser aquele menino que sonha ser o dono do mundo!

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Criar não é imaginação, é correr o grande risco de se ter a realidade. Entender é uma criação, meu único modo. Clarice Lispector.

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