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quarta-feira, junho 29, 2011

Palavras ausentes

A realidade devora todo o cotidiano como um instinto de sobrevivência selvagem diante da fome de vida.
Fui pescar sonhos onde o infinito dos meus olhos não mais conseguem enxergar pensamentos.
Restaram palavras, imagens e sensações de um futuro imaginário, sempre presente.

Tento traduzir o meu vazio em cada espaço e inundá-lo de esperança. 

Vou seguindo de saudade em saudade na busca de um grão da areia do tempo.

Guardá-lo-ei como memória infinita de carinhos teus.

Tu és um muito de mim e sou um muito de ti.

Eu voltarei por aqui, em breve. 

Marcelo [Ciello] Poloni

domingo, maio 29, 2011

Por um tempo Teu

Ele chegava sempre com sua vida simples, sem recursos, com fome, não daquela lasagna do almoço, mas de arte, cultura e vida, que poderia eu oferecer naquele presente tempo passado, através de algumas longas horas de tv, música, livros, revistas e internet. Era a troca, o novo, o antigo e o presente, de uma vida pulsante em cada um de nós, desconectados de nossas duras realidades e sofrimentos e interligados ao querer bem imaterial. A crítica e o sarcasmo, bem como a alegria de viver, fantasias e carinhos da amizade, eram cintilantes em seus olhos negros.

Era um protetor das malediscências daqueles que não entendiam meu cotidiano de poesia ingênua, preso eu que estava a uma vida inexistente fora dos muros impostos por uma não aceitação ou libertação. Sabia quem eu era muito mais que minha própria identidade pessoal poderia revelar. Nunca disse, ou colocou em xeque, minha personalidade que, àquela época, começa a se soltar  e encontrar seu verdadeiro caminho.

Era a luz negra, presente e invisível, de um caminho que eu deveria percorrer - e sabia que eu precisava urgentemente fazê-lo como se estivesse sozinho - para conquistar, com erros e acertos, aventuras e devaneios, a vida por inteiro, como um rio que busca o mar de descobertas infinitas no desaguar de suas esperanças. O rio de solidão com afluentes crises de tristeza encontrava-se, enfim, com a vida ocêanica de possibilidades.

Por um tempo teu, neste domingo, como há muitos anos, no aconchego maternal, esperava-o para o almoço. Ele não veio. Não ouvi sua voz. Não senti seu calor. Sua presença física ficou pelo tempo de memórias. Virá apenas pelos pensamentos meus, deitados em letras, palavras e sentimentos, neste canto que encontro para manifestar sua presença que ainda me protege, mesmo de longe noo distante eterno espaço de estrelas onde figura soberano aos meus olhos com seu eterno brilho de ébano. 

Do passado não traduzido em verbos conjugados, expelidos de minha boca, presos que ficaram ao coração, em timidez estúpida e medo, e pelo presente de ser quem sou, derramo-me hoje, e para sempre, sentimentos em verdades a quem valha-me por essência. É necessário saber amar para se sentir amado e nunca deixar para a úlitma hora dizer o que se sente correndo o risco de chegar atrasado ao encontro da vida. Eu sinto, eu digo e enfrentarei desafios tão grandes como a verdade de ser "eu" mesmo.

 Que seja pelo tempo e não por um tempo apenas...


Marcelo [Ciello] Poloni

* em mémoria de L.A.P.P, um amigo que ocupa pelo eterno e infinito espaço entre o coração e minha alma.

** ** Reflections of a Skyline: Curta filmado sobre um telhado em Londres durante um único dia. Parte do filme "Crave" de Sarah Kane Uma escritora muito talentosa, mas que não conseguiu que o seu trabalho fosse apreciado por muitos até que fosse tarde demais. Ela cometeu suicídio aos 28 anos enforcando-se em um banheiro no London's King's College Hospital. Direcão : Michael Tamman & Richard Jakes com Christopher Dunlop and Fiona Pearce.

quinta-feira, março 03, 2011

Sonhos do Vice-Rei

Desde criança, lá pelo início dos anos 80, tempo que me lembro de fato, sentava na sala com minhas mães na época do carnaval para ver o concurso de fantasias do hotel Glória. Depois passavamos a noite assistindo os desfiles das escolas de samba. Eu apenas olhava e via muita cor, muito brilho, formas fantasiosas e, de fato, eu pouco entendia sobre aquilo que via, mas entre um cochilho e outro, vislumbrava aquele universo de sonhos a bailar na tv de 20".

Varios  ArtistasE assim seguiu-se o tempo. Para todo ano novo que chegava a expectativa daquele momento aumentava e com a temporada carnavalesca: reportangens, noticias, imagens de batidores e enfim o desfile pela televisão. Minha familia não tinha dinheiro para comprar um video-cassete para registrar aqueles momentos (isso só aconteceu em 1992!!!!!! ) e então era o único momento de contato com este universo criativo.

Varios  ArtistasEm 1983 eu senti uma emoção muito forte, aquela tal de Beija-Flor de Nilópolis ganhava o carnaval em homenagem as "A grande constelação das Estrelas Negras da Ribalta"!, pulei, joguei confete e serpentina e fazia de um momento isolado meu carnaval. Joãosinho Trinta era o carnavesco que minhas mães admiravam e que eu também passei a gostar muito e era da Beija-Flor! Nossa casamento perfeito de emoções.

Lá por 1986 eu ganhei um gravador de Natal! e com ele meu primeiro K7 com os sambas-enredo. Nossa, agora eu podeira ouvir antes e compreender o que era apresentado! Que evolução! Que felicidade! Descobri as Mágicas luzes da Ribalda da Beija-Flor, O mundo encantado das palavras de Carlos Drumond de Andrade na Mangueira, a Tupinicópolis delirante da Mocidade, O ti-ti-ti do sapoti na Estácio me explicava de onde vinha o Tutti-Fruti! Que mágico! Adelaide era a pomba da paz da Portela e um lirismo único em samba-enredo banhava as Raízes da Vila Isabel em sua história indígena.
http://www.pelourinho.com/carnaval/2001/GrandeRio/images/Foto11_jpg.jpg
Não, ainda me faltava muita base de conhecimento para entender aquilo tudo mas, já era uma marca definitiva em minha história que se acumula até agora. Muitos carnavais se passaram em frente a TV. Em 1996 ganhei meu primeiro computador e abri as portas da folia para recordações, sentimentos e mais informação. Me faltava ainda aquele momento de ver tudo ao vivo mas faltava igualmente o dinheiro para tal empreitada. Fiz contatos e criei vínculos com pessoas importantissimas no Rio, No Ceará e no Brasil todo.

Me formei, comecei a trabalhar num banco, mudei pra Sampa, passei muito perrengue mas, no carnaval do ano 2000 fui lá no Anhembi ver os desfiles paulistas. Não foi a mesma coisa. Estava eu acostumado, familiarizado com jeito de desfilar carioca e sua opulência visual, praticamente um cortejo barroco (e é). No ano seguinte, depois de uma ajudinha de uma mãe pra toda vida, lá fui eu com minha prima para o Rio. Aeroporto Congonhas -> Santos Dumont, Rio visto do alto. Coração palpitando primeira viagem dita assim, importante! Hotel Glória, estou aqui e também o concurso de fantasias. Fechei o primeiro ciclo! No dia seguinte tudo começava num turbilhão de muitas emoções....

Continua.... acima....

Marcelo Poloni.
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