Você já sentiu a necessidade de encontrar um passado escondido? Já pensou que sua vida, que já seria complicada, pode ser ainda mais e, mesmo assim, você nunca desistirá de suas convicções, suas certezas e seu destino? Venha tomar um "Café da manhã em Plutão"....e descobrir um daqueles filmes que ultrapassam os limites do preconceito, do medo e da ousadia!
A questão principal do filme é, muito além da busca pela mãe, o encontro de sua história pessoal e a formação de um núcleo familiar próprio que, mesmo não sendo exatamente o comum "papai,mamãe e irmãos", surge com resgate do ser humano em se sentir como parte de um processo social já arraigado no dna de cada espécie.
Eu acredito na essência do que significa "família". É o núcleo primordial da sociedade e mesmo que esta não seja perfeita, ainda assim, se faz necessário para que possamos ter os primeiros passos e sair do "ninho", tal qual pássaros, e seguir seu caminho com suas próprias asas.
Eu não tive um núcleo familia tradicional. Não conheci a figura do "papai". Filho de mãe solteira, que trabalhava noutra cidade, tive a infância cercada pela figura do avô, da avó e da tia, que tornava-se, durante a semana, a figura materna presente. Hoje não tenho mais avós, minhas "mães", já aposentadas, ainda moram exatamente lá onde cresci no interior de São Paulo e eu sozinho aqui na capital. A ruptura aconteceu há 11 anos e serviu para que pudesse bater minhas asas e descobrir o mundo por minha conta e risco.
Os dilemas familiares sempre existiram e sempre existirão. O respeito que tenho pelo núcleo familiar, seja lá qual for sua estrutura, moderna ou tradicional, é grande. Quem nunca teve a sorte de ter "berço" e que possa, nos tempos modernos, ter condições, principalmente financeiras e afetivas, de iniciar um novo núcleo, possívelmente o fará, provendo a novos "pássaros" um futuro com melhor sorte que o seu passado.
Marcelo Poloni