Já tinha estudado a vida e cursado sua trajetória. Aventurou-se pelo caminho efervescente de novidades da capital paulista para ser mestre em saber. Pública universidade, professora de vaidades, trapaceou suas expectativas. Dissertação perdida no desenlace de suas letras bem escritas.
Sentou à margem da estrada para pensar. No social caminho das esmeraldas pelos rincões de Goiás ganhou um pouco de vida. Sem maiores expectativas aceitou aquele convite de ir além. Com sua modesta poupança de alguns tostões seguiu o caminho de tantos outros na sorte de ganhar muito mais que a vida.
O rapaz das palavras francesas abandonou sua fluência para aventurar-se por outra linguagem falada na América terra dos das oportunidades. Foi mais uma vez ludibriado em histórias mal contadas. Lançado ao choro de outra vida tinha pouco tempo para ganhar a sua. Mãos atadas, limpeza forçada, necessidade de quinhão. Procurou em afetos classificados quem lhe afagasse tanta desilusão.
O encontro marcado com aquele olhar nostálgico dos anos 70 revolucionou seu coração até então sofrido. Um resgate de sua alegria e daqueles sentimentos de companheirismo. Nunca mais se afastaram. Libertou-se daquele convívio nefasto de abusos infantis. Denunciou aquele casal “amigo” e foi-se embora para um novo encanto. Certeira morada de tanto afeto, carinho e atenção.
Tentou mudar sua condição de visto vencido estrangeiro coração. Se cá viesse, para sua pátria nação, pela lei severa, imposta condição de não poder voltar para os braços de sua americana e não reconhecida comunhão. Qualquer tentativa seria a declaração de exílio por tanto tempo que definharia em saudade.
Há nove anos Dino refugia-se em clandestina vida bem moldada no convívio de seu relacionamento com Paul. Vivem bem e, apaixonados, cada vez mais não conseguem se imaginar separados. Dino colocou-se agora a escrever neste nosso convívio de tantas letras portuguesas. O garoto das palavras francesas encontrou enfim a liberdade tão sonhada naquelas palavras inglesas de seu amor incondicional.
...e nunca mais voltou.
Marcelo [Ciello] Poloni
Calling you ( Bagdad Cafe Soundtrack ) Cover /Javier De La Cruz
Há um tempo muito distante, em nossa imaginação, na terra dos gigantes “pamps”, vivia um Príncipe, com seus vinte e poucos anos, cabeças nas nuvens e isolado em seu mundo virtual. Nesta terra havia um Rei desiludido por seu passado, que buscava seu amor verdadeiro, definitivo e leal, através das cartas que seu, já cansado, pombo-correio tentava entregar àquele príncipe distraído.
Em um golpe do destino, em um de seus passeios pelos campos de verdejantes “ubliks”, aquele príncipe defrontou-se o pombo-correio-real de asas abertas no chão, quase sem fôlego algum, e que carregava o último e derradeiro convite de visita ao castelo real. Estupefacto com a mensagem, em galopes rompantes de curiosidade, montado em seu corcel prateado, o príncipe foi ter com seu rei um primeiro encontro.
Um perfume de notas envolventes, preparado pela bruxa boa conselheira dos lados de lá, transbordava da pele do rei para todo o salão, provocando visões mágicas sobre o príncipe, que absorto nos lábios reais, viu um caminho de estrelas, pressentindo que, ali, naquele momento, começava uma nova primavera para sua vida.
O rei, muito esperto e com anos a mais de vida e experiência, tratou de envolver o príncipe por todos os sentidos, sem deixar dúvidas de sua real intenção de cultivar conjuntamente uma nova era de alegria. Não houve escapatória. O príncipe, mesmo fugindo para longe, atravessando mar das “ongs”, pequenas sereias, não se deixou ludibriar. Estava com o caminho de volta traçado em sua memória.
Neste tempo de separação, o jovem ganhou maturidade. Aprendeu a lidar com suas próprias fraquezas e dificuldades. Evidenciou-se que sua união com o rei era definitiva, marcada pela saudade, que revela, na sua essência, sentimentos mais profundos que se agigantam para mostrar à luz de sua intensidade, um verdadeiro amor.
Bravura não faltava ao príncipe que, já entregue e consumado no casamento real, enfrentou grandes desafios diante de um dragão maquiavélico que se espreitava nas sombras de seu bravo Rei, esperando o momento propício para congelar-lhe a alma.
Neste quase onze anos de relacionamento o tal dragão tentou, uma vez mais, render-lhes o corpo e lançá-los no precipício, mas, tanto o rei quanto seu príncipe, com a vontade de amar e de viver intensamente, reuniram forças e, junto, conseguiram agarrar-se a teia da esperança para alçaram a torre do castelo.
A mística da cabala não mente, duas almas gêmeas que se encontram resistem ao tempo. Suas almas tentem a se fundir novamente, complementando-se, somando, ensinando e aprendendo a desvendar os mistérios da convivência em amor e ternura.
Revigorados e cada vez mais unidos o Rei Maurício e o Príncipe Eduardo, construíram, enfim, uma fortaleza para morarem juntos e, para bem perto dali, trouxeram seus aliados de forma a protegê-los com tanto carinho quanto aquele que emana entre si, e para todos nós, de seus nobres corações apaixonados...
Marcelo [Ciello] Poloni
ps.: esta fantasia não se fez de ilusão, é um encanto de um sonho real, realizado. Algo assim.... Supimpa!
O calor escorria pelas paredes. O tentação corria pelo sangue quente de suas veias. Transpirava libido por sua pele. Latentes desejos para serem saciados em outro corpo. Cena da vida real consumada ardentemente no vapor daquela sauna, sem a fantasia do amor idealizado, sem a praia com o pôr-do-sol perfeito, sem aquele céu tombado em nuances ocres de Florença ou num café servido por Amelie em Paris. “Tudo só uma questão de cenário. Quando o enredo é bom, o cenário depois a gente inventa. O que não dá é ficar vivendo num cenário lindo a espera de um enredo que nunca acontece.”*
Na fila das afinidades Edward e Luciano se encontravam em extremos opostos, mas a ciranda da vida fez o favor de colocá-los lado a lado, como numa brincadeira de roda, transformando a fila em círculo e unindo suas mãos no exercício diário da convivência, da superação das diferenças de gostos pessoais tão distintos. Alquimia cujo ponto de fusão é a maturidade.
Uma história para se ter como lição para vencer preconceitos e paradigmas, como o de que “alguns lugares” não seriam para se começar um relacionamento. Não existem regras ou códigos pois, firmou-se, no suor de seus corpos, há 10 anos, um relacionamento consolidado e levado por um pulso firme, por um muque de peão.
Marcelo [Ciello] Poloni
* citação do protagonista desta história de encontros pela vida.
O palco transformou-se naquela noite. Iluminou-se de grande emoção em sua primeira apresentação pública de um início de carreira. Foi observar a platéia. Casa cheia? Não importava mais depois daquele instante quando seus olhos, ao percorrer as fileiras de convidados, encontraram o caminho para o paraíso. Um instante mais para olhar com cuidado. Lá estava ele: “Sentado do lado da mãe com jeito de urso de berço”*. Foram suas primeiras impressões. Não deixou escapar a oportunidade de fazer daquela apresentação uma eterna lembrança de sua história.
Quem canta seduz, atrai e conquista. E ele o fez com a voz, com o coração e com aquele olhar certeiro, direto do palco, que, correspondido, instintivamente levou-os além e para outros cantos. Despertava o querer bem, o carinho e a dedicação. Tornaram-se um só em sentimentos musicais. Poesia versada em vida, respeito, cumplicidade e entrega. A vida de ambos parecia perder muito de sua graça quando não estavam juntos mas nunca deixaram de ter sua personalidade, nunca se anularam.
Outras canções embalaram o baile de suas vidas e, entre graves e agudos, crises e despedidas, um reencontro. Definitivo. Há 20 anos aprenderam que “amar é viver o perigo de se dissolver um dentro do outro, não como uma paixão idealista, mas como algo concreto que requer paciência e a obstinação, próprios do amor”*, tão eterno e presente como a lembrança daquela noite na ópera “Euvgueni Onieguin” de Tchaikovsky.
Entre melodias, canções e outras tantas artes que comungamos por este caminho, ainda virtual, aqui me levanto eufórico em palavras para aplaudir o José que, que apesar de hoje não cantar mais e ter alçado outros vôos profissionais, vive, e revive aqui, intensamente a lembrança daquele seu encontro com Carlos, como se eternamente estivessem no primeiro, e definitivo, recital de suas vidas.
Marcelo [Ciello] Poloni
* Citações do próprio José extraída do resumo desta ópera de vida que me foi contada hoje por e-mail.
Ópera em três atos e seis cenas, com música de Tchaikovsky, baseada no romance homônimo de Alexander Pushkin de 1831, que conta a história de um amor desprezado, transformado em ardente paixão quando já é tarde. Eugene Onegin, nobre da corte, herda uma propriedade rural. Diverte-se caçando e também com a simplicidade aristocracia local onde conhece Tatiana, jovem sonhadora de alma sensível. A moça confessa-lhe seu amor por meio de uma carta. Surpreso e invulnerável, Eugene lhe diz, com rude franqueza, que não pode correspondê-la no amor. Pouco depois, ao matar num duelo o jovem poeta Lenski, noivo de Olga, irmã de Tatiana, Onegin parte para uma longa viagem. De volta a São Petersburgo, é convidado para um baile no palácio do príncipe Gremin. A elegante anfitriã, esposa de Gremin, é Tatiana. Fascinado, Onegin compreende seu erro, o que aprofunda ainda mais o vazio da sua vida. Apaixonado, escreve uma carta à Tatiana. Embora ela confesse que seu amor não foi esquecido, ela lhe diz, com determinação, que se tornou uma mulher, e jamais encontraria ao seu lado respeito e felicidade. Ordena-lhe que a deixe para sempre. (fonte Wikipedia)
Ele caminhava tranquilo pelas ruas e avenidas daquela cidade de tantas histórias e acontecimentos misteriosos vindos do espaço. Ouvia canções sobre um mundo afogado onde nada realmente importava além daquele coração congelado a ser desperto por raios de luz de um céu que servia como paraíso daquele amor substituído. Ela as cantava como se cada melodia, verso ou rima, fossem feitos unicamente para Ele sonhar.
Tinha a mente liberta e que se renovava lentamente com o frescor da juventude dos seus 25 anos, carreira encaminhada, entre amores passageiros e músicas diversas. Tudo estava para mudar e Ele já tinha noção dos perigos e dificuldades promovidos pela mutação dos sentimentos. Ela sempre o ajudava através de sua arte, de sua música, de sua companhia nas ruas da cidade, como observadoras, da discreta paquera para Aquele Outro conterrâneo, que há tempos já lhe balançava o coração.
Aquele Outro já era Homem feito, já experiente, com uma vida já firmada no curso dos seus 41 anos bem vividos em obstáculos vencidos por corações partidos. Sentimentos tortos do passado ficavam como lembrança. Aquele Outro começava a reconstruír seu mundo de novas emoções.
Ele manteve os olhos bem abertos na esperança de encontrá-los em reflexo nAaqueles Outros olhos de azul cintilante em carinho e afetuosidade. Ela cantava sempre a música certa para Eles que se encantavam cada vez mais durante a paquera, nos muitos sorrisos e nas conversas despreocupadas, fortalecendo a amizade e despertando outros sentimentos profundos. Aceitação, redescoberta, desejo verdadeiro, carinho, cumplicidade, lealdade: Amor. Eram Eles! Só poderiam ser. Juntos.
A diferença de idade apenas potencialiou ambas as vontades de ficarem mais próximos, ligados, presentes pelo tempo que escorria entre os beijos libertários daquilo que consideravam ser eterno e ainda se faz como verdade presente. Construíram uma nova vida em conjunto, uma nova familia reunida de seus entes queridos. Realizaram sonhos, dos mais grandiosos aos mais banais, necessários ao relacionamento de duas vidas entrelaçadas pelas músicas que Ela continua a criar e a cantar pelo mundo.
Há 12 anos Eles sabem qual é o segredo da felicidade de se amarem mutuamente na construção um novo "amor conjunto". Ela já cantou para eles nas muitas emoções encontradas neste caminho de duas vidas unidas. Para todos nós Ela também chega aqui hoje para cantar sobre este, ainda, Segredo, para outros tantos....
You gave me back the paradise
That I thought I lost for good
You helped me find the reasons why
It took me by surprise that you understood
You knew all along
What I never wanted to say
Until I learned to love myself
I was never ever lovin' anybody else
Happiness lies in your own hand
Homenagem aos meus amigos - R & D - que cultivaram e mantém até hoje uma grande história emoldurada pelas músicas da nossa eterna e soberana rainha do Pop, Madonna, que começa a tomar um cantinho só dela aqui nas CLi&S.
Marcelo [Ciello] Poloni
ps.: mantive um segredo, não revelei suas identidades, mas confirmo: É tudo verdade! E o próximo sonho a ser realizado... hum... Índia! (... me leva!?).
Templo de Lótus, o amor e a dedicação moldados em pedra. O Taj Mahal? Hum... fica para uma próxima saudade neste canto de tantas outras.
Existe um tempo aceitação, de amor e de liberdade para todos. Não existem minorias pois seremos tão somente seres humanos sem rótulos que compartilham a diversidade com a naturalidade do fluxo da vida. Existe, no meio de tantos "Eles", um "Você" que compartilha com um "Eu", sentimentos de um "Nós" que passará pelo tempo, sem se importar com outros pronomes, a redescobrir em cada instante, na conjugação verbal da vida, seu profundo amor mútuo. Existe ainda um tempo presente de sonho a se realizar nesta minha utopia dos dias presentes...
... e no final do vídeo descobre-se porque eu gosto tanto de rugbi!
Começam minhas homenagens para os Eternos Namorados, cujas décadas de relacionamento, cada par a seu modo, fizeram do que para muitos é sonho, ou talvez ilusão aos céticos, uma verdade para "Eles"!
Um Brinde ao meu lindo Marcelo Dalcom, seus olhos de vênus e seu amor declarado que pode ser conferido [aQui!]. Hoje a homenagem é somente para ti que me acompanha neste tempo de sonho, seja lá o que ocorrer neste caminho.