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sábado, julho 30, 2011

It All ENDs Here


Ontem foi dia de Harry Potter e sua saga. O quê dizer após assistir o desfecho com um certo entusiasmo adolescente mesmo depois dos 35? Da literatura para o cinema perderam-se, como dizem muitos leitores, detalhes e sutilezas que, se fossem traduzidos em imagens e cenas, inviabilizariam os filmes (como em muitos outros casos de adaptações). Não li os livros, fiquei apenas com a versão filmada e por mais fiel que seja, sei que a literatura cria mundos imaginários próprios e peculiares ao momento de cada um que nunca serão substituídos.

Voltando ao filme. O filme mais "pesado" da sequência também abre espaço para um certo humor "inglês" deixando o clima mais ameno e provando que todos, de alunos a professores, estavam ávidos para exercer o dominio de sua magia. Entretanto, senti falta de uma intensa troca de feitiços, mágicas e uma ação mais centrada na batalha do bem x mal no ataque à escola de magia.
Em compensação fiquei por demais satisfeito com o intenso elogio a literatura que senti nas entrelinhas e palavras de Dumbledore dirigidas ao seu pupilo Harry Potter que a essa altura já tinha consciência de seu passado. Este talvez seja o grande mérito dos filmes e dos livros da série: trazer muitos milhares de jovens de volta à leitura e à literatura, seja diretamente através dos livros ou no sentido inverso, do cinema para a leitura de todo o conteúdo da sequência. Fomenta-se, assim, há 10 anos, o gosto pela leitura. É a grande mágica de Harry Potter.

"Palavras são, na minha são tão humilde opinião, nossa inesgotável fonte de magia. Capazes de ferir e de curar. [...] Não tenha pena dos mortos, Harry. Tenha pena dos vivos. E acima de tudo, dos que vivem sem amor."
Alvo Dumbledore.

Exemplo doméstico: Minha prima, 12 anos. Passa horas e mais horas envolta em livros. De natal e aniversário dei-lhe toda a fábula das Brumas de Avalon, As Crônicas de Nárnia e outros itens propícios a sua idade. Resultado? Em menos de 1 mes, todos já "digitalizados" em sua leitura ávida. Gostaria que muitos outros jovens que não tem tantos recursos pudessem ter acesso a este universo da literatura como transformação precoce de sua realidade em algo pelo menos inspirador de sonhos.

Um personagem que me fascina: LUNA.


sábado, junho 18, 2011

Perfume de Jasmim

“Dependerá de nós chegarmos dificultosamente a ser o que realmente somos. Nós, como todas as pessoas, somos deuses em potencial. Não falo de deuses no sentido divino. Em primeiro lugar devemos seguir a Natureza, não esquecendo os momentos baixos, pois que a Natureza é cíclica, é ritmo, é como um coração pulsando. Existir é tão completamente fora do comum que se a consciência de existir demorasse mais de alguns segundos, nós enlouqueceríamos. A solução para esse absurdo que se chama “eu existo”, a solução é amar um outro ser que, este, nós compreendemos que exista.”(Clarice Lispector, Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres)

Como era de se esperar, fiz uma coleção de citações do livro. Não aguento ficar longe delas! Acho que é um vício que tomo consciência no amplo sentido de sua existência. São momentos pessoais de interpretação literária que pode ser diferente ou, muitas vezes, igual a de outra pessoa, mas são únicos enquanto leitura interna de minha alma. Importante é que fiquei muito satisfeito com esta imersão em um livro cujo sentido amplo da descoberta vai da angústia de não saber "ser" ao êxtase máximo de se encontrar por completo e poder assim doar-se em plena sintonia com outrém.

Partindo agora para a imensa descoberta de novos mundos e de novas experiências sem deixar de levar na bagagem um pouco daquilo que aprendemos e que, demasiadamente esquecemos, é o motivo que me faz guardar as memórias da leitura em arquivos, blogs, murais e saudades. Compartilhar é preciso, pois faz de sua existência um significado maior que a individualidade do pensamento. Aceitar novas interpretações também é expandir o universo de possibilidades e sensações, e diariamente transformando seu modo pessoal e único de entender ou compreender a vida que segue.

E eis que a pergunta mais complexa de ser respondida e que não tem, definitiva a certamente, uma resposta certa, pois depende de cada um em sua individualidade, se abre para mais uma possibilidade metafórica de interpretação, segundo Clarice Lispector:

“Quem sou eu? Perguntou-se em grande perigo. 
E o cheiro do jasmineiro respondeu: 
- Eu sou o meu perfume”.

Marcelo [Ciello] Poloni

segunda-feira, abril 04, 2011

Desejo e Reparação

"Todo o desejo está ligado a alguma libido e depois que a libido é satisfeita o objeto do desejo se torna pueril... Agora, o que é recebido sem contextualização sem ser objeto de uma ação do desejo é o que torna muito mais desejado."



domingo, fevereiro 20, 2011

INclusão noutra Realidade


"Minha alegria vai girar o mundo
Aventureira vai cruzando o mar
Nessa avenida dos sonhos brilhar
O meu amanhã, só Deus saberá
A vida vamos celebrar"

E foi um tempo que passou por essa minha via de múltiplas artes, encontros, desencontros e saudades. Existe um carinho especial por quem a gente se sentiu atraído, realizou desejos e aventuras mas que hoje tornou-se "um pensamento bom" e um "carinho de existência".

Neste mar que navegamos por um bom tempo, turbulências foram muitas a vencer. E vencemos, pairávamos acima da discórdia e reatávamos com muita força nosso laço de "con-vivência" de casal! Em um dia de calmaria, pacificamente chegamos ao outro lado do oceano de nossa convivência.  Desembarcamos em outra história e cada um começou a escrever seu próprio caminho e não mais em conjunto, no mesmo diário de bordo.

Hoje em dia os caminhos se cruzam e a convivência não é mais de casal, mas de amizade e de carinho. Nostalgia à parte, fazer-lhe o bem, ajudar-lhe em seu caminho dá-me forças para que eu siga e me encontre, realize e comece um novo diário de bordo em conjunto. Mesmo batendo de frente em portas fechadas abruptamente, eu acredito em mim. E isso basta.

Muitos preferem apagar o passado pois não tiveram a mesma sorte e a forma que minha jornada se findou. Tive todos os motivos para jogar fora um mundo que criei mas, como acabou na calmaria, sem tempestade, com certeza e a bondade, sem ódio ou rancor, ficou apenas a saudade.

"A saudade é a sombra negra de um passado cor-de-rosa."

Não sei quem escreveu essa frase mas a ouvi num filme brasileiro - "Copacabana". Interpretá-la é desnecessário pois sempre a viveremos dentro de nós.

Ser "EX" não significa, muitas vezes, EX-clusão, mas INclusão noutra realidade, noutra via. E que o futuro não tenha ciúmes do passado pois viveremos em uma eterna primavera.

Àqueles que souberam compartilhar, doar e receber em um tempo bom que já passou e deixa a saudade como marca de nossa existência. História.

Marcelo Poloni

ps: hoje ele, eventualmente, dorme do meu lado, faz cafuné, assistimos filmes, damos risadas, conversamos, jantamos, almoçamos, nos divertimos e brigamos como antes, mas agora é meu amigo e não mais que isso.

Evolução

sexta-feira, fevereiro 18, 2011

quarta-feira, fevereiro 16, 2011

O Príncipe

Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos.
Antoine de Saint-Exupéry

quarta-feira, fevereiro 09, 2011

Vai passar...

Impossible Cube - Escher
Nunca devemos ter arrependimento por oferecer ao outro aquilo que temos de melhor no momento, nem por oferecer verdade e transparência. (autor desconhecido)
Os dias tem passado lentamente, parece que um abatimento, desânimo e uma uma vontade de fazer nada tem se apoderado deste corpo. Deve ser um período de transformação, prefiro encarar assim. Espero que passe logo. Vou seguindo, meio que sem rumo. Incertezas. Dúvidas permanecem ainda. Gostaria de ter um alento mas não me é permitido. Fico no vazio de não conversas deixadas para um tempo futuro qualquer.

Vez por outra faço um "quitute" bom para degustar os sentidos. Shitake, pimentão, tomate, azeitonas, cebola e alho, ervas e condimentos. Tudo bem cozido e com alguns segredos. Uma boa dose de vinho, alguns queijos, pão italiano e estava pronta a tarde de domingo.
Pão Italiano com Antepasto de Shitake,
Quitute de um "moço" quase "prendado".

Deveria estar totalmente imerso na descoberta dos recursos da minha nova máquina fotográfica mas sequer a testei por completo, sequer li o manual, sequer tive paciência de fazer algo mais. Quero fazer, mas fico estático. A única fuga é este blog que já me desanima também. Parece inútil, sem propósito e sem vida. Talvez um reflexo de meu atual estágio de sobrevivência.

Clarice está comigo hoje, definitivamente!

Vamos ao trabalho, terminar alguns panfletos, cartões e tudo mais. É um disfarce, uma anestesia, um "o que fazer" que desvia a atenção do nada que toma conta. Vamos lá, vamos organizar meu portifólio para um pedido que recebi hoje. Vai dar tempo? Não sei...

Tempo,
Tempo,
Tempo.

Vai passar.

Marcelo Poloni

Tempo,
Tempo,
Tempo.

terça-feira, fevereiro 08, 2011

Fantasiando o Infinito

2007, diretamente do mundo da fantasia do infinito.
Porque coisas assim acontecem? Porque tanta dedicação desperdiçada? Fatalidade de uma ilusão que, de fogo se transforma em cinza, e acabará numa quarta-feira qualquer. Metáforas para a vida, analogias para cada um que se entrega de corpo e alma a uma fantasia, fazendo dela a verdade pelas palavras que o tempo tratará de apagar, como se escritas na areia de uma praia, de nossa memória.

Sonhar ainda é um prazer e uma necessidade para não transformar o futuro em uma realidade seca, sem gosto e previsível. Dar asas a imaginação e se aventurar na conquista é o que move a nossa vontade de ser mais. Todos podemos mudar, ser uma versão melhorada de nós mesmos.

Somos cometas que podem colidir e transformar-se em chuva de estrelas no infinito, de nossa própria alma.

Em breve este blog vai entrar na epopéia das artes múltiplas em um só lugar.

Marcelo Poloni

Se um dia o mundo acordar verá uma luz brilhando no horizonte e vai se transformar. Verá que tudo pode acontecer. Sorrir, sem nunca precisar chorar. 

sábado, fevereiro 05, 2011

Inesquecível Tentação

Um caminho tende a ser por demais exaustivo se não estivermos firmes em nossas convicções. Duvidar de si mesmo em meio ao percurso pode render horas e horas perdidos além de sapatos gastos na poeira e no divã do analista. Duvidar do que se sente pode provocar catástrofes ainda maiores. Satisfazer a curiosidade e adentrar aos caminhos do desconhecido promove o novo que pode se revelar em essência, abrindo o caminho para o paraíso; ser perfume e evaporar no tempo. ou ser um erro apenas. 


Errar e voltar atrás é uma via menos dolorosa daquela que limita a ação e alimenta o sentimento oco do remorso da não tentativa, da não aventura, do não prazer. Entregar-se ao desconhecido não é um erro. É uma aposta que tem dois resultados óbvios, mas que não são limitados. Ampliam-se em uma gama de vias, não declaradas, mas totalmente possíveis, onde tudo dependerá de quanto é o seu lance inicial e de quanto você está disposto a ceder para que se tenha um bom resultado no final.
"Somos castigados por nossas renúncias. Cada impulso que tentamos aniquilar germina em nossa mente e nos envenena. Pecando, o corpo se liberta do seu pecado, porque a ação é um meio de purificação. Nada resta então a não ser a lembrança de um prazer ou a volúpia de um remorso. O único meio de livrar-se de uma tentação é ceder a ela. Se lhe resistirmos, as nossas almas ficarão doentes, desejando coisas que se proibiram a si mesmas, e, além disso, sentirão desejo por aquilo que umas leis monstruosas fizeram monstruoso e ilegal." (Oscar Wilde)

terça-feira, janeiro 18, 2011

Contato imediato de quarto grau

Acabei de ler "O dia do Curinga" de Jostein Gaarder e fiquei fascinado pela sua simplicidade alegórica no tratamento de assuntos de cunho filosófico. Ao criar um mundo real, baseado numa história totalmente possível, cercado por um mundo imaginário, que se entrelaça com a realidade anterior, em metáforas e pensamentos congruentes, o autor provoca uma imediata associação com a Alice de Lewis Carroll.

Do mundo imaginário encontramos um enigma cuja resposta revela o mundo real que se constrói com o pensamento, a imaginação e as idéias que se perpetuam com o tempo e não são devorados por sua ira. Nós somos os verdadeiros viajantes nesta aventura.

Segue uma edição que fiz de uma parte do livro, que não revela sua história, mas traz um pouco do que se propõe a discutir em metáforas e analogias:


"REI DE ESPADAS ... Um contato imediato do quarto grau...


Vamos imaginar que um belo dia você vá até o jardim e descubra [... um pequeno marciano. [...] - Digamos que a estranha figurinha erga os olhos e firme o olhar em você. [...] A questão é saber como você reagiria [...] Você não acha que ficaria um tanto espantado e curioso para saber quem era aquele extraterrestre e de onde ele vinha?


- Já te ocorreu alguma vez que você mesmo pode ser esse homenzinho de Marte? Ou um homenzinho da Terra, se você preferir. No fundo não importa o nome do planeta em que vivemos. O fato é que você também é uma criatura de duas pernas que vive andando daqui para lá num globo que vagueia pelo universo.

- E pode ser até que você esteja passeando pelo jardim e, em vez de dar de cara com um marciano, dê de cara com você mesmo. E pode ser que nesse momento você dê aquele grito de medo que daria se encontrasse um marciano. Isso para dizer o mínimo, pois afinal de contas não é todo dia que a gente se descobre um habitante vivo de um planeta que não passa de uma ilhota no universo.

 [...] ver uma nave espacial de um outro planeta significa um contato do primeiro grau. Quando vemos criaturas bípedes saindo de dentro dessa nave falamos de um contato do segundo grau. "Contatos imediatos do terceiro grau" [...] se chamava assim porque as personagens do filme tinham tocado em andróides de um outro sistema solar. Esse contato direto é o que chamamos de contato do terceiro grau.

- Mas você [...] você experimentou um contato imediato do quarto grau. Isso porque você mesmo é uma misteriosa criatura do espaço [...] Você é essa criatura misteriosa e a conhece como ninguém."

Então, você tem certeza que conhece a si mesmo a ponto de dizer que já teve um contato de quarto grau?

Alguns (eu incluso) tem a vontade de saber como são vistos pelo olhar do outro e, o que representamos, de fato, não é necessariamente aquilo que realmente achamos. O efeito da  existência coletiva não é o mesmo, muitas vezes, em todas as pessoas como achamos que deveria ser.

A relação de existência e de consciência de nossos atos e palavras vai além da interpretação própria. Tudo dependerá exclusivamente dos sentimentos, das idéias e situações interpretativas do receptor. O emissor que der margem a dúvida cria o pior caminho a ser traçado em sua mensagem, pois tende a levá-lo para uma rede complexa de esclarecimentos que podem gerar desgastes desnecessários a sua própria imagem.

Marcelo Poloni....
                            .... que também gostaria de ser John Malkovich e muitos outros mais... 

quinta-feira, janeiro 13, 2011

Estado de Graça

fonte: http://arteemterblog.blogspot.com/
Ela sempre está na minha cabeceira. Eterna Clarice Lispector empresta sua genialidade para inspirar e transformar pensamentos, considerações e ideais. No Natal por por completo "Água Viva" e já estou no caminho do portão de embarque para uma nova aventura literária em seu universo particular e ao mesmo tempo universal. 

Desde o primeiro que li, Uma aprendizagem/Livro dos Prazeres, me encantei com suas reflexões, metáforas e sentimentos expressos por suas personagens delicadamente construídas em uma eterna evolução. Fica na minha cabeça o retumbante capitulo onde a personagem Lóri narra a sua entrada no mar numa manhã qualquer de sua existência em busca de sua "completude". 

“Aí estava o mar, a mais ininteligível das existências não-humanas. E ali estava a mulher, de pé, o mais ininteligível dos seres vivos. Como o ser humano fizera um dia uma pergunta sobre si mesmo, tornara-se o mais ininteligível dos seres onde circulava sangue. Ela e o mar. Só poderia haver um encontro de seus mistérios se um se entregasse ao outro: a entrega de dois mundos incognoscíveis feita com a confiança com que se entregariam duas compreensões.” (Clarice Lispector)

A vida muitas vezes nos coloca diante das mesmas situações e nos perdemos no mar de nossa complexa existência, dúvidas, desejos, dores e prazeres. Não há regra para se chegar a um porto seguro, atravessando ondas e ressacas, descobrimos neste mar de congruências e paralelos, existências que, assim como a nossa, estão na mesma rota. 

Logo descobrimos que teremos que enfrentar tormentas e desafios de um cotidiano que nos engole em remoinhos de palavras, sentimentos e aflições. No curso desta viagem, impossível ficar imune às mais diversas ondas, altos e baixos, de um percurso único que fazemos e que não tem volta. 

Saber olhar para trás, para baixo e para os lados, explorar sua margem, limites e ousar trazer a tona aquilo que acredita, que reconhece como sendo um importante tesouro, que por pouco não fica perdido no tempo e no mar da incompreensão, concede ao momento, ao instante único de consciência, o estado de graça. 

A partir daí, segue-se novamente rumo ao nascer do sol de mais um dia. E você sempre será eterno.

Marcelo Poloni

terça-feira, janeiro 11, 2011

Oráculo da Noite: a Oportunidade, o Impulso, a Chave

SALVADOR DALI 'couple with their heads full of clouds' (1937)
"Nada lhe posso dar que já não exista em você mesmo. Não posso abrir-lhe outro mundo de imagens além daquele que há em sua própria alma. Nada lhe posso dar a não ser a Oportunidade, o Impulso, a Chave. Eu o ajudarei a tornar visível o seu próprio mundo, e isso é tudo." (Hermann Hesse)

Oráculo do Dia

"Usar os meios humanos como se os divinos não existissem, e os meios divinos como se não existissem os humanos."
Santo Inácio de Loyola.




If you ever get close to a human
And human behaviour
Be ready, be ready to get confused
And me and my here after

(Bjork, Human Behaviour)

sexta-feira, janeiro 07, 2011

Vênus através de Sagitário

- O Nascimento de Vênnus 1482 - Botticelli - Galleria degli Uffizi, Florença -
"(...) Sob o seu símbolo, reina no ser humano a alegria de viver, na festa primaveril de embriaguez dos sentidos e no mais refinado e espiritualizado prazer da estética. Seu reino é o da ternura e das carícias, do desejo amoroso e da fusão sensual, da admiração feliz, da doçura, da bondade, do prazer e da beleza. É o reino daquela paz de coração que chamamos felicidade." (Chevalier e Gheerbrant)

Não resisti, um dos quadros que eu mais admiro e que um dia estarei frente a frente para observar em detalhes, especialmente a intensidade dramática dos olhos da Vênus que foi, tempos atrás, material único, para uma aula de redação.

Marcelo Poloni

Mais uma vez obrigado João Cagnin, que colaborou com a ligação lírica com o texto acima.

quinta-feira, janeiro 06, 2011

quarta-feira, janeiro 05, 2011

Àquele que tudo vê no carteado da vida

Em "O Dia do Curinga":
"- Como você pode ter tanta certeza de que esses deuses não existiram mesmo? Pode ser que agora eles estejam desaparecidos, ou que encontraram um outro povo de tão boa-fé quanto os gregos. Mas houve um momento em que eles andaram aqui pela Terra.
Meu pai me olhou pelo espelho retrovisor.
- Você acredita mesmo nisso, Hans-Thomas?
- Não estou bem certo - respondi. - Mas acho que de alguma forma eles estiveram aqui na Terra enquanto as pessoas acreditaram neles. Acho que a gente vê aquilo em que acredita. Por isso é que, enquanto as pessoas não duvidaram da existência deles, eles não envelheceram nem ficaram gastos ou puídos."


Não preciso ser óbvio em concordar que a questão da Fé é o cerne do trecho do livro. Muito além do misticismo das religiões pagãs e todas as demais que se seguiram, estamos manipulando pelo nosso Desejo, o nosso Acreditar, uma vontade que se manifesta de diversas maneiras. A fé é um sentimento maior que qualquer religião. Está ligada a nossa existência pura. Talvez seja energia, matéria prima de todo o universo que começou com uma explosão de luz.

Muito além da fé, acreditar fortemente em algo, pode ser responsável por trazer mudanças, promover transformações em novos rumos. Talvez seja apenas um trampolim para que com nossos passos possamos chegar mais longe, manter o sonho e a realidade numa intersecção verdadeira que faz bem. Há que se tomar cuidado para não ser rígido demais mantendo a cabeça abaixada, para ter certeza de que os pés estão chão, como também não ser sonhador demais, deixando que as asas possam levá-lo tão longe que não se possa mais encontrar o caminho para onde quer se chegar.

Devemos acreditar em algo divino tanto quanto em nós mesmos, para que possamos nos tornar deuses de nossa própria existência e alçar o Olimpo que merecemos.

Que a paixão se concretize em amor, que este seja repleto de companheirismo e fecunde duradouros relacionamentos em comunhão com a alegria e o brilho pessoal que possuímos nesta vida. O eterno será revelado para quem acredita e consegue enxergar além das aparências, a essência.

Marcelo Poloni



Ps: Cuidado em brincar demais no jogo da vida e ficar preso em suas próprias artimanhas... acredite mais em suas apostas. Se perder, sempre existe uma nova rodada. Se ganhar, comemore! e eu quero ganhar...
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