Lá do alto encontro o meu fascínio pelas mágicas luzes de um palco imenso. Descobri que gosto muito de observar do alto a geografia silênciosa das grandes jóias urbanas; metrópoles como São Paulo, muito além de seus problemas cotidianos e mazelas sociais.
Em vôo noturno sempre tenho uma sensação de tranquilidade diante das cores amarelo, laranja e vermelho de suas grandes avenidas, rotas de tantas vidas que, através de tantos caminhos, seguem como sangue vital por veias urbanas cintilantes. A cidade tal qual um organismo vivo. Pulsante.
Sim, parece e é clichè a moda de quem, mesmo indo e vindo diversas vezes nestas rotas aéreas, sempre se coloca na janela do avião para analisar algum contorno diferente de seus meandros vibrantes em luzes que mais parecem brilhos e reflexos de um grande colar de diamantes espalhados pelo corpo negro de sua noite.
Sempre existe uma emoção diferente quando da partida e quando da chegada. A esperança e a ansiedade na partida é diretamente proporcional ao conforto da volta e o reencontro daquele cantinho de mundo que é só seu onde se reina como soberano de suas vontades.
Sim, voltei pra casa. Logo mais embarco de novo, mas volto e a sensação será a mesma. Aposto.
Marcelo Poloni